VAN TIL: A Reforma Presbiteriana Contra O Liberalismo.

 A Reforma Protestante, com toda a controvérsia que ela suscita no Cristianismo de todo o mundo, não deve ser vista como um evento isolado na história da Igreja. Outros momentos históricos testemunharam a luta e a coragem de alguns poucos teólogos contra a decadência dogmática e doutrinária. Na maior parte das vezes, são as heresias que forçam a Igreja a melhorar-se.


No quarto século, como diz Frame, a doutrina da Trindade foi estabelecida de forma semelhante à Reforma Protestante. Depois do século XVI tivemos ainda reformas menores, pelas quais as doutrinas nascidas durante a Reforma foram reafirmadas, especialmente na Holanda do séc. XIX. O reforço do calvinismo naquele pequeno país frutifica até hoje, até mesmo no Brasil. 


Nos EUA, Gresham Machen levantou-se contra o liberalismo que espreitava a Igreja Presbiteriana dos EUA (PCUSA), que consolidou a identidade do Seminário Teológico de Westminster e da Igreja Presbiteriana Ortodoxa (OPC). Por essa denominação passaram Van Til, Rushdoony, Gordon Clark, Greg Bahnsen e outros nomes que estão nas bocas e nas prateleiras dos brasileiros.


Para John Frame, toda reforma passa por 3 etapas, a saber, (1) confrontação, (2) consolidação e (3) continuação. Na fase da confrontação, um ou mais teólogos levantam-se com determinadas verdades bíblicas contra um mal na Igreja. No segundo estágio, os insights desse teólogo são aderidos, suscitando reformulações e redefinições. 


No caso do século IV, Atanásio confrontou os problemas de seu tempo com a verdade da Trindade. Sobre seus insights, Agostinho consolidou sua Verdade, da qual a Igreja se beneficia até os nossos dias. 


Na visão de Frame, Gresham Machen confrontou o liberalismo ascendente em seus dias, nos anos 20 e 30 do século passado, afirmando ousadamente que a luta entre a teologia ortodoxa e a teologia liberal não tratava-se de controvérsia teológica como ocorre entre calvinistas e luteranos; antes, tratava-se da luta entre a fé e a incredulidade, entre duas religiões antitéticas.. Cornelius Van Til, segundo Frame, herdando muito do trabalho de Kuyper, deve ser visto como o responsável por consolidar e expandir os esforços de Machen.


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